Se bem que a instituição oficial se tenha verificado em 1719, por uma provisão d’El-Rei D. João V, datada de 3 de outubro desse ano e “rezestada na chancellaria Mor da Corte e Reino no livro dos officios e Mercês a folhas quarenta e oito; (em) Lisboa occedental (a) dois de Novembro de mil e sete centos e dezanove…”, já alguns séculos antes a prática de capar frangos e de os comercializar era tradição na “freguesia de Salvador de Friamunde de honrra de Sobrosa Concelho de Aguiar de Souza Comarca do Porto…”.
Estudiosos indicam-no como costume medieval, de que há mesmo notícia em documentos do Séc. XV, muito anterior, portanto, à provisão atrás citada a qual, no fundo, não mais visava do que a sua legalização e a defesa dos interesses da Confraria de Santo António, em cujo terreiro as feiras se realizavam e das quais pretendia auferir proveitos.
O melhor da feira, e que lhe granjeou fama e popularidade, é o imenso mercado de aves.
Se o capão é o rei da festa, com justiça se poderá dizer que o peru – que à feira também ocorre em numerosos bandos – é a sua vistosa e majestosa corte.
Este enorme arraial de emplumados empresta à feira um generoso e inigualável colorido, o que a torna no mais alegre e garrido cartaz de quantas manifestações populares do género se podem fruir na região de Entre-Douro-e-Minho. Não admira, pois, que milhares de forasteiros ocorram, nesta ocasião, à Cidade de Freamunde vindos de todo o Portugal e até de Espanha, sobretudo da vizinha Galiza.
A Feira realiza-se anualmente ao dia 13 de dezembro.